Real Digital e Pix: quanto e como podem mudar o futuro do mercado financeiro nacional?
Com os primeiros testes previstos para 2023, segundo informado em uma publicação do site da Agência Brasil, o Real Digital é a moeda virtual brasileira.
Na prática, trata-se de uma versão digital do Real, que já conhecemos e utilizamos há anos, a qual mantém os seus valores e aplicabilidades.
Isso significa que, por exemplo, R$ 100 em papel-moeda tem o mesmo poder financeiro que R$ 100 em Real Digital, e que ambos podem ser utilizados para as mesmas funções, tais como fazer pagamentos, investimentos e diversas outras transações financeiras, porém, com a diferença que ele só existe no mundo online.
A iniciativa do Banco Central segue um comportamento já adotado por outros países, a exemplo da China, que é a criação de uma CBDC, Central Bank Digital Currency, que é uma moeda virtual alternativa à moeda fiduciária impressa de um país.
Com base nessas explicações, é possível perceber que essa solução faz parte do processo de digitalização do dinheiro, que vem sendo fomentado há tanto tempo e que foi fortemente impulsionado pela pandemia.
Esse cenário nos remete a outro produto do Banco Central, o Pix, que começou como um mecanismo de transferência de valores entre pessoas e hoje se posiciona como um dos principais e mais utilizados meios de pagamento do Brasil.
Seguindo essa linha de raciocínio, em quais pontos o Real Digital e o Pix se encontram? Quanto e como esses dois recursos podem mudar o atual cenário do sistema financeiro nacional? Respostas para questões como essas você confere agora, neste artigo!
O que é e como funcionará o Real Digital?
O Real Digital é a moeda virtual brasileira. Assim como mencionado, consiste em uma versão digital do Real impresso que utilizamos. Essa versão, por sua vez, tem o mesmo valor do dinheiro brasileiro impresso, com a diferença que ela só existe e só pode ser utilizada virtualmente.
Segundo informações do Senado Federal, o objetivo do Banco Central é que essa moeda seja lançada oficialmente até 2024.
Um dos objetivos do governo com a criação do Real Digital é facilitar o dia a dia das pessoas, com a oferta de uma moeda eletrônica simples de ser utilizada para as mais variadas transações financeiras.
Desse modo, o dinheiro virtual oficial do Brasil poderá ser usado para operações como:
- pagamento de compras no e-commerce e no comércio presencial;
- pagamento de contas diversas;
- transferência de valores entre pessoas físicas;
- depósitos, TED, DOC e Pix;
- investimentos e aplicações.
Ainda sobre o modo de funcionamento, vale destacar dois pontos muito importantes. O primeiro é que o Real Digital é uma moeda alternativa, o que significa que os brasileiros terão a opção de usá-la ou não — ou seja, o dinheiro em espécie não deixará de existir da noite para o dia, ainda que essa substituição possa acontecer futuramente, porém, sem previsão ou intenção inicial expressa.
O segundo é que não se trata de uma criptomoeda, isso porque a moeda eletrônica brasileira será emitida, distribuída e regulamentada pelo Banco Central do Brasil — as criptos, por sua vez, são descentralizadas, o que quer dizer que não pertencem a nenhum governo ou órgão regulador específico.
Quais são os possíveis obstáculos à adesão dessa moeda digital?
Ainda que seja um projeto bastante moderno, funcional e relevante, para uma utilização amplificada da moeda virtual brasileira será necessário transpor alguns desafios. Um dos principais diz respeito à tecnologia necessária para uso dessa solução.
Segundo dados do IBGE, divulgados no site da Agência Nacional, quase 40 milhões de brasileiros (uma a cada quatro pessoas) não têm acesso à internet. Com os dispositivos móveis, tais como tablets e smartphones, esse é um recurso essencial para ter acesso e usar o Real Digital.
Somado a isso, há ainda a questão cultural. Por mais que os meios de pagamentos e soluções financeiras digitais estejam ganhando cada vez mais adeptos, o número de brasileiros que preferem usar dinheiro físico para pagar as suas compras ainda é bem alto.
Conforme uma pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC), divulgada em uma matéria do site CNN Brasil, 53% dos entrevistados preferem pagar contas e compras com dinheiro em espécie.
Vale lembrar ainda que a insegurança para utilizar ferramentas financeiras digitais, por receio de ter dados e/ou informações roubadas, também pode ser outro empecilho para uma adesão maior ao Real Digital.
Dica de leitura: “Pagamentos e segurança: como deixar a sua empresa e clientes mais seguros?“
Quais são as principais vantagens do Real Digital?
Mesmo com esses possíveis obstáculos, existe uma série de vantagens que, quando chegarem ao conhecimento das pessoas, podem fomentar a utilização da moeda virtual brasileira.
Entre as principais estão:
- possibilidade de utilização por brasileiros que estão em outros países, sem a necessidade de conversão;
- inibição a crimes financeiros, especialmente a lavagem de dinheiro, já que ela permite rastreamento;
- redução do volume de dinheiro impresso, gerando menos custos operacionais e de segurança;
- incentivo ao processo de digitalização do dinheiro.
Quanto a esses dois pontos, o nosso Relatório de Tendências 2022 revelou que entre janeiro e outubro de 2021, R$ 40 bilhões em espécie deixaram de circular no país. Uma das razões vinculadas a isso é a adesão maior das pessoas aos meios de pagamentos digitais, tais como carteiras digitais, pagamentos por aproximação e, claro, o Pix.
Em qual momento Real Digital e Pix se encontram?
E por falar em Pix, em qual momento o sistema de pagamentos instantâneo se alinha à moeda eletrônica nacional?
Um deles é que o Real Digital poderá ser utilizado para pagamentos e transferências de valores por esse sistema, assim como acontece com os valores depositados em contas correntes, conta poupança e carteiras digitais.
A única diferença aqui é que a quantia que está na carteira virtual de custódia da moeda virtual não pode ser sacado, e a que está nas contas de bancos pode.
Há também a expectativa que a versão digital do Real eleve a adesão ao Pix, por se tratarem de duas soluções digitais que podem se complementar, e o inverso também é esperado.
O fato de o Pix ser um sucesso, e de ter estimulado o uso de ferramentas financeiras digitais, pode ser que essa facilidade, segurança e comodidade já conhecida pelos brasileiros potencialize a adesão à versão digital do Real.
Todos esses pontos, quando somados, podem promover uma mudança significativa no mercado financeiro nacional.
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